O Fevereiro Roxo é uma campanha criada com o intuito de dar visibilidade e aumentar o nível de informação da população sobre três doenças: Alzheimer, fibromialgia e lúpus. No caso do Lúpus Eritematoso Sistêmico – LES ou apenas lúpus, dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) estimam que a doença afeta 65 mil pessoas no Brasil. Apesar de crônica e incurável, a condição é passível de tratamento e se torna ainda mais assertivo quando o diagnóstico é realizado de maneira precoce.
O lúpus é uma doença inflamatória crônica, de origem autoimune, o que significa que o próprio sistema imunológico passa a atacar células e tecidos saudáveis, provocando inflamações. São reconhecidos dois tipos principais, sendo um deles o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele, e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos.
Sintomas e identificação do Lúpus
De acordo com a reumatologista do Hospital Evangélico de Sorocaba (HES), dra. Heloisa Loebmann, o lúpus é uma doença com várias manifestações diferentes. “Cada paciente apresentará um tipo de sintoma, não necessariamente igual ao de outros pacientes que também tenham lúpus”, esclarece.
Esses sintomas, inclusive, podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva, ou rapidamente, sendo variáveis de acordo com fases de atividade e remissão. “Os sintomas são bastante diversos, passando de lesões que pioram com exposição solar, a machucados dentro da boca, nariz e ouvidos. Também pode causar inflamação nas articulações e, mais raramente, nos rins, pulmões, corações e até no cérebro e nervos periféricos”, explica a reumatologista.
Algumas alterações nos exames de sangue e urina são características comuns de um quadro de lúpus e são utilizadas para fechar o diagnóstico. Fora isso, outros fatores podem indicar a presença da doença. Os mais habituais são as lesões na pele, dor e inchaço nas articulações, perda de peso, queda de cabelo acentuada, úlceras orais, fadiga, entre outros. “O diagnóstico é feito com base nos sintomas que a pessoa apresenta, somados à presença de alterações em exames laboratoriais”, aponta a médica.
Tratamento promove qualidade de vida aos pacientes
Os tratamentos atuais possibilitam uma melhora na qualidade de vida dos pacientes, através do controle dos sintomas. Isso acontece apesar de ser uma doença sem cura. Esse processo é individual e depende do tipo de manifestação apresentada pela pessoa. O tratamento inclui remédios para regular as alterações imunológicas do LES – corticoides, antimaláricos e imunossupressores – além de medicamentos gerais para controlar alterações decorrentes da inflamação causada pelo lúpus, como hipertensão, febre, dor, entre outros.
O tratamento pode ser por via oral ou por meio da medicação infusional – administração de substâncias, como medicamentos e suplementos, através de acesso endovenoso. Isso ocorre nos casos mais graves. “Geralmente, essa terapia pode ter frequência semanal, mensal ou até semestral, dependendo do quadro do paciente”, enfatiza dra. Heloisa.
Para finalizar, a médica do HES comentou que ainda existem alguns mitos relacionados ao lúpus, principalmente sobre o diagnóstico equivocado feito apenas pela solicitação de um exame chamado FAN (Fator Antinuclear). Essencial no diagnóstico de doenças autoimunes, ele ajuda a identificar condições que afetam o sistema imunológico do paciente. “Na realidade, esse é apenas um dos 18 exames a serem solicitados na suspeita do lúpus. Outro mito é a impossibilidade de gestação nas mulheres que tenham a doença autoimune, o que também não é verdade”, finaliza ela.
Fonte: Blog Polo Médico
Postado por Sérgio Ramos/Locutor e Blogueiro -22/02/2024
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