(Foto Divulgação) |
A Comunidade Missionária de São Paulo Apóstolo e
de Maria Mãe da Igreja (MCSPA, na sigla em inglês) se trata de uma organização
religiosa entre laicos e religiosos que surgiu no século passado em Barcelona,
na Espanha. Até hoje o grupo espalha-se por diversos países, mesmo após seus
fundadores terem sido punidos pela Arquidiocese de Barcelona por acusações de
abuso sexual.
Paulino, que não quis revelar seu nome em uma reportagem feita
pelo El Pais, considera a organização como uma "perfeita engenharia do mal".
O homem teve a sorte de ter conseguido levar às mãos do atual Papa um relato de
viagem bastante traumático em sua vida. Em uma das expedições voluntárias com
intuito de cooperar com comunidades na África, Paulino foi escravo de trabalho
e escravo sexual de integrantes do MCPSA.
Agora com 36 anos de idade, ele se confessa arrependido de não ter
reportado antes as situações absurdas às quais se submeteu. "Sinto muito
não ter tido coragem de fazer isso antes. Sinto muito que durante todos esses
anos em que não fui capaz de fazer essa denúncia eles continuaram abusando de
meninos e meninas. Eu já não tenho medo. Mas ficaram sequelas em mim",
confessou a vítima da instituição.
Hoje o Papa Francisco tem em mãos sete páginas de confissões secas
e detalhadas de quão torturante foram os três anos em que Paulino foi
escravizado por um "grupo de depravados, acobertado por chefes da
Igreja", como ele mesmo define. A missão de Nariokotome, no Quênia, era
composta por um grupo de 30 pessoas, todas "estimuladas a ter uma vida
sexual ativa" e ficarem sempre nuas, já que estes seriam desejos de Deus.
Em resposta às acusações, várias pessoas mencionadas no dossiê
entregue ao líder da Igreja Católica negam fortemente saberem de qualquer uma
das coisas citadas. "Nunca vimos esse acampamento de horrores que Paulino
conta”, afirma o sacerdote e médico Pablo Cirujeda. Já, o bispo responsável por
autorizar a viagem messiânica, Dominik Kimengich, diz que tinha conhecimento de
algumas acusações, mas afirma que todas elas dizem respeito a acontecimentos já
investigados em 2006.
(Reprodução/El País)
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Francisco Andreo, Albert Salvans e Pere Cané são os fundadores da
MCSPA ao lado de alunos do seminário para vocações tardias Casa de Santiago de
Barcelona e meninos e meninas de famílias ricas. A arquidiocese da região
investigou a respeito na ocasião, após eles terem sido acusados de corrupção de
menores e estupro. O caso chegou ao parlamento da Catalunha em 1995.
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Fonte: br.noticias.yahoo.com
Por Sérgio
Ramos/Repórter e Blogueiro – 04/11/2015
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