(Foto Ilustrativa) |
Um
concurso da Secretaria de Educação do estado de São Paulo tinha como um dos
requisitos para as mulheres aprovadas no processo a comprovação de que o hímen
das candidatas ainda não foi rompido.
Ou seja, as candidatas precisavam
comprovar que ainda eram virgens. A denúncia foi feita por uma das aprovadas no
processo para Agente de Organização Escolar, de acordo com o
portal iG.
A seleção foi aberta em 2012. Os candidatos aprovados nas provas
escritas foram chamados para exames médicos apenas em 2014. Publicado em junho
de 2014, o comunicado da Coordenadoria de Gestão de Recursos Humanos da SEE e
do Departamento de Perícias Médicas do Estado (DPME) traz detalhes sobre testes
ginecológicos requeridos às candidatas.
São dois os exames exigidos: colposcopia e colpocitologia oncótica
(também conhecido como Papanicolau). De acordo com o texto emitido pela SEE, as
mulheres que "não possuem vida sexual ativa, deverão apresentar declaração
de seu médico ginecologista assistente". Com a declaração médica de
virgindade, estariam isentas da realização dos exames ginecológicos intrusivos.
Tal exigência surpreendeu as candidatas. Uma delas entrou em pânico
ao entrar na sala da ginecologista e pedir um atestado de virgindade para
assumir vaga em concurso. Para piorar, a perita do governo apresentou ar de
deboche ao constatar que ela ainda era virgem aos 27 anos. Os exames custam até
R$ 500.
Segundo a ginecologista Márcia Terra Cardial, da Associação de
Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo, a ideia de pedir os exames é
"rastrear mulheres com lesões precursoras do câncer de colo de útero,
separando as mulheres sem lesões daquelas com necessidade de realizar outros
exames para detecção do câncer". Fica a pergunta: a prevenção do câncer
precisa submeter às candidatas a esse constrangimento?
Por Sérgio Ramos/Repórter e
Blogueiro – 08/08/2014
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