A
Academia Brasileira de Letras está
informando aos seus integrantes que morreu no Recife, aos 87 anos, Ariano
Suassuna, conforme antecipou em primeira
mão o blog do Magno Martins. Informa ainda que em três semanas este é o
terceiro acadêmico a falecer. Pela ordem, dia 3 Ivan Junqueira, sexta-feira
passada João Ubaldo Ribeiro.
Ariano Vilar Suassuna nasceu em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa (PB), no dia 16 de junho de 1927, filho de Cássia Vilar e João Suassuna. No ano seguinte, seu pai deixa o governo da Paraíba e a família passa a morar no Sertão, na Fazenda Acauã, em Aparecida, Paraíba.
Ariano Vilar Suassuna nasceu em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa (PB), no dia 16 de junho de 1927, filho de Cássia Vilar e João Suassuna. No ano seguinte, seu pai deixa o governo da Paraíba e a família passa a morar no Sertão, na Fazenda Acauã, em Aparecida, Paraíba.
Com
a Revolução de 1930, seu pai foi assassinado por motivos políticos no Rio de
Janeiro e a família mudou-se para Taperoá, onde morou de 1933 a 1937. Nessa
cidade, Ariano fez seus primeiros estudos e assistiu pela primeira vez a uma
peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de “improvisação”
seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral.
A
partir de 1942 passou a viver no Recife, onde terminou, em 1945, os estudos
secundários no Ginásio Pernambucano, no Colégio Americano Batista e no Colégio
Osvaldo Cruz. No ano seguinte iniciou a Faculdade de Direito, onde conheceu
Hermilo Borba Filho. E, junto com ele, fundou o Teatro do Estudante de
Pernambuco. Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol. Em
1948, sua peça Cantam as Harpas de Sião (ou O Desertor de Princesa) foi montada
pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. Os Homens de Barro foi montada no ano
seguinte.
Em
1950, formou-se na Faculdade de Direito e recebeu o Prêmio Martins Pena pelo
Auto de João da Cruz. Para curar-se de doença pulmonar, viu-se obrigado a
mudar-se de novo para Taperoá. Lá escreveu e montou a peça Torturas de um
Coração em 1951. Em 1952, volta a residir em Recife. Deste ano a 1956,
dedicou-se à advocacia, sem abandonar, porém, a atividade teatral. São desta
época O Castigo da Soberba (1953), O Rico Avarento (1954) e o Auto da
Compadecida (1955), peça que o projetou em todo o país e que seria considerada,
em 1962, por Sábato Magaldi “o texto mais popular do moderno teatro
brasileiro”.
Em
1956, abandonou a advocacia para tornar-se professor de Estética na
Universidade Federal de Pernambuco. No ano seguinte foi encenada a sua peça O
Casamento Suspeitoso, em São Paulo, pela Cia. Sérgio Cardoso, e O Santo e a
Porca; em 1958, foi encenada a sua peça O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna;
em 1959, A Pena e a Lei, premiada dez anos depois no Festival Latino-Americano
de Teatro.
Em
1959, em companhia de Hermilo Borba Filho, fundou o Teatro Popular do Nordeste,
que montou em seguida a Farsa da Boa Preguiça (1960) e A Caseira e a Catarina
(1962). No início dos anos 60, interrompeu sua bem-sucedida carreira de
dramaturgo para dedicar-se às aulas de Estética na UFPE. Ali, em 1976, defende
a tese de livre-docência A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a
Cultura Brasileira. Aposenta-se como professor em 1994.
Membro
fundador do Conselho Federal de Cultura (1967); nomeado, pelo Reitor Murilo
Guimarães, diretor do Departamento de Extensão Cultural da UFPE (1969). Ligado
diretamente à cultura, iniciou em 1970, em Recife, o “Movimento Armorial”,
interessado no desenvolvimento e no conhecimento das formas de expressão
populares tradicionais. Convocou nomes expressivos da música para procurarem
uma música erudita nordestina que viesse juntar-se ao movimento, lançado em
Recife, em 18 de outubro de 1970, com o concerto “Três Séculos de Música
Nordestina – do Barroco ao Armorial” e com uma exposição de gravura, pintura e
escultura. Secretário de Cultura do Estado de Pernambuco, no Governo Miguel
Arraes (1994-1998).
Entre
1958-79, dedicou-se também à prosa de ficção, publicando o Romance d’A Pedra do
Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971) e História d’O Rei Degolado
nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana (1976), classificados por ele
de “romance armorial-popular brasileiro”.
Ariano
Suassuna construiu em São José do Belmonte, onde ocorre a cavalgada inspirada
no Romance d’A Pedra do Reino, um santuário ao ar livre, constituído de 16
esculturas de pedra, com 3,50 m de altura cada, dispostas em círculo,
representando o sagrado e o profano. As três primeiras são imagens de Jesus
Cristo, Nossa Senhora e São José, o padroeiro do município.
Membro
da Academia Paraibana de Letras e Doutor Honoris Causa da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte (2000).
Em
2004, com o apoio da ABL, a Trinca Filmes produziu um documentário intitulado O
Sertão: Mundo de Ariano Suassuna, dirigido por Douglas Machado e que foi
exibido na Sala José de Alencar.
Ariano
Suassuna, durante evento pró-eqüidade de gênero e diversidade, em Brasília,
2007.
Em 2002, Ariano Suassuna foi tema de enredo no carnaval carioca na escola de samba Império Serrano; em 2008, foi novamente tema de enredo, desta vez da escola de samba Mancha Verde no carnaval paulista. Em 2013 sua mais famosa obra, o Auto da Compadecida será o tema da escola de samba Pérola Negra em São Paulo.
Em
2006, foi concedido título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do
Ceará, mas que veio a ser entregue apenas em 10 de junho de 2010, às vésperas
de completar 83 anos. "Podia até parecer que não queria receber a
honraria, mas era problemas de agenda", afirmou Ariano, referindo-se ao
tempo entre a concessão e o recebimento do título.2
Ariano
Suassuna é um torcedor fanático do Sport Club do Recife.3
Estudos
Em 1942, ainda adolescente, Ariano Suassuna muda-se para cidade do Recife, no vizinho estado de Pernambuco, onde passou a residir definitivamente. Estudou o antigo ensino ginasial no renomado Colégio Americano Batista, e o antigo colegial (ensino médio), no tradicionalíssimo Ginásio Pernambucano e, posteriormente, no Colégio Oswaldo Cruz. Posteriormente, Ariano Suassuna concluiu seu estudo superior em Direito (1950), na célebre Faculdade de Direito do Recife, e em Filosofia (1964).
De
formação calvinista e posteriormente agnóstico, converteu-se ao catolicismo, o
que viria a marcar definitivamente a sua obra.4
Ariano
Suassuna estreou seus dons literários precocemente no dia 7 de outubro de 1945,
quando o seu poema "Noturno" foi publicado em destaque no Jornal do
Commercio do Recife.
Advocacia
e teatro
Na Faculdade de Direito do Recife, conheceu Hermilo Borba Filho, com quem fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma mulher vestida de Sol. Em 1948, sua peça Cantam as harpas de Sião (ou O desertor de Princesa) foi montada pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. Seguiram-se Auto de João da Cruz, de 1950, que recebeu o Prêmio Martins Pena, o aclamado Auto da Compadecida, de 1955, O Santo e a Porca - O Casamento Suspeitoso, de 1957, A Pena e a Lei, de 1959, A Farsa da Boa Preguiça, de 1960, e A Caseira e a Catarina, de 1961.
Entre
1951 e 1952, volta a Sousa, para curar-se de uma doença pulmonar. Lá escreveu e
montou Torturas de um coração. Em seguida, retorna a Recife, onde, até 1956,
dedica-se à advocacia e ao teatro.
Em
1955, Auto da Compadecida o projetou em todo o país. Em 1962, o crítico teatral
Sábato Magaldi diria que a peça é "o texto mais popular do moderno teatro
brasileiro". Sua obra mais conhecida, já foi montada exaustivamente por
grupos de todo o país, além de ter sido adaptada para a televisão e para o
cinema.
Em
1956, afasta-se da advocacia e se torna professor de Estética da Universidade
Federal de Pernambuco, onde se aposentaria em 1994. Em 1976, defende sua tese
de livre-docência, intitulada "A Onça castanha e a Ilha Brasil: uma
reflexão sobre a cultura brasileira".
Ariano
acredita que: "Você pode escrever sem erros ortográficos, mas ainda
escrevendo com uma linguagem coloquial."
Fonte:
blogdomagno
Postado
por Sérgio Ramos/Repórter e Blogueiro 22/07/2014
E-mail:
felizsramosdecarvalho@yahoo.com.br
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