Esclareça
questões sobre hemorroidas, DSTs, sangramento e dor durante o sexo
Sexo
anal causa hemorroidas? Sexo anal engravida? Qual o
risco de contrair o vírus HIV? Essas e outras questões estão entre as maiores
dúvidas de quem já pratica ou pensa em praticar a relação anal. Além dessas,
também entram os cuidados com a higiene, há também o risco de doenças, a
maneira adequada de fazê-lo e os mitos que rondam essa prática. Pensando nisso,
conversamos com especialistas e tiramos as principais dúvidas sobre o sexo anal
para que possa ser praticado com saúde. Confira:
O sexo anal vai sempre doer?
Não
deveria. Se ocorrer dor em todas as relações, é sinal de que algo está errado.
A especialista afirma que tomar certos cuidados evita a dor, como o uso de
lubrificantes e estar com o corpo relaxado, sem tensões. "O casal deve
estar em sintonia e confortável com a situação, garantindo o prazer do ato para
as duas partes", afirma a ginecologista Sueli Raposo, do Laboratório
Exame, em Brasília. "No caso das mulheres, a relação anal tende a ser mais
dolorosa porque a região não tem a mesma elasticidade da vagina".
É necessário usar lubrificante?
Sim, pois a região anal não tem lubrificação própria. "O
ideal é usar lubrificantes específicos para a prática, preferindo os mais
neutros", aconselha a ginecologista Sueli. "Evite uso de produtos com
anestésicos que prometem tirar a dor, pois anestesiando o local o risco de
traumas é maior, já que a sensação de incômodo será diminuída no momento da
prática." Os lubrificantes a base de água são os mais recomendados, pois
não aumentam o risco de reações alérgicas.
É normal ocorrer sangramento durante a relação anal?
"Pode ocorrer sangramento quando houver algum trauma que
ocasione fissuras ou microfissuras", afirma Sueli Raposo. Se ocorrerem
sangramentos em todas as relações ou na maioria das relações, é importante
procurar um especialista. Para evitar esse transtorno, é fundamental o uso de
lubrificantes próprios para esse tipo de relação.
O risco de contrair o vírus HIV é maior?
Sim. O sexo anal é considerado como um dos modos mais frequentes
de se contrair o vírus HIV, causador da Aids.
"O líquido seminal de uma pessoa soropositivo carrega grande quantidade de
carga viral (HIV), e durante o ato podem ocorrer microfissuras na região do
ânus e reto, facilitando a contaminação", diz o urologista Augusto Cunha
Campos Gonçalves, diretor-presidente do Hospital Belo Horizonte. Além disso, na
relação anal é possível contrair qualquer tipo de DST, como HPV, gonorreia, clamídia, herpes e hepatite C.
"Por isso, mesmo na relação anal o mais importante é usar camisinha",
completa a ginecologista Sueli.
O sexo anal provoca hemorroidas?
A relação anal violenta ou sem lubrificação adequada pode causar
lesões na região anorretal, mas não provoca hemorroida. "No entanto, se o
sexo anal for praticado por pessoas que já tem hemorroidas, esse quadro poderá
se agravar", afirma o ginecologista José Carlos Riechelmann, presidente do
Comitê Multidisciplinar de Sexualidade Humana da Associação Paulista de
Medicina. Hemorroidas são veias inchadas e dolorosas na parte inferior do reto
ou do ânus. Elas resultam do aumento da pressão nas veias do ânus. A pressão
faz com que as veias inchem, tornando-as doloridas, especialmente quando a
pessoa está sentada. Entre as principais causas de hemorroidas estão o esforço
excessivo durante a evacuação, constipação, permanecer sentado por longos
períodos e infecções anais.
O orgasmo com sexo anal é igual ao com sexo vaginal?
Isso vai
depender de uma série de fatores. "Em geral, a pessoa que está penetrando
vai sentir mais prazer, pois o canal anal é mais estreito", explica a
ginecologista Sueli. "Mas tudo vai depender da lubrificação da região
anal, das preliminares, do grau de excitação da pessoa que está sendo
penetrada, da sintonia do casal para aprimorar a prática sexual, tudo isso pode
fazer a mulher sentir tanto prazer quanto uma relação vaginal".
A higiene é necessária antes e depois do sexo anal?
Sim, os cuidados com a higiene e o uso de camisinhaevitam
que as bactérias normais no intestino entrem em contato com a uretra,
provocando infecções uretrais ou urinárias. Os riscos de uma relação sem
higiene adequada envolvem desde contaminações bacterianas até a transmissão de
doenças, como as hepatites A e B, já que a transmissão é facilitada por conta
das microfissuras que podem ocorrer no ânus durante o ato. "É importante lembrar
que nunca se deve ter uma relação anal e em seguida a vaginal, não sem antes
trocar o preservativo e limpar bem a região para evitar contaminação",
alerta a ginecologista Sueli. Entre os cuidados com a higiene estão evacuar
antes da relação, evitando que as fezes surjam durante a prática; higienizar
bem o local com água e sabonete antes e após o sexo anal; a pessoa que penetrou
deve urinar após a transa, para limpar a uretra, e lavar o pênis.
A mulher corre o risco de engravidar?
Não. A
penetração no sexo anal vai abranger parte do canal anal e do reto (a porção
final do intestino), que são duas regiões que fazem ligação com o intestino
grosso (cólon) no corpo humano. No caso do sexo vaginal, a penetração ocorre
pela vagina que é o canal diretamente ligado aos órgãos reprodutores femininos,
como útero, trompas de falópio e ovários - local onde o pênis deposita os
espermatozoides na relação sexual. "A chance de gravidez é nula no sexo
anal, pois o intestino não tem nenhuma comunicação com os órgãos reprodutores
femininos, que é onde ocorre a fecundação do óvulo e espermatozoide", diz
a ginecologista Sueli.
O sexo anal possui alguma contraindicação?
Pessoas que possuem hemorroidas em estágio de inflamação ou
estão com fissuras na região anal devem evitar esse tipo de relação. "Além
disso, ambos os parceiros devem estar à vontade com a situação, diminuindo a
chance de problemas", afirma Sueli Raposo.
A relação anal pode fazer mal se for feita com frequência?
"Não,
desde que a higiene e os outros cuidados, como a lubrificação, estejam sendo
feitos de forma adequada", explica o urologista José Carlos
Riechelmann.
Quais sinais indicam que a região anorretal está com problemas?
Se a pessoa estiver sofrendo com dores e sangramentos
persistentes por mais de dois dias é importante procurar um médico, pois pode
haver uma fissura mais grave. Os sintomas podem acontecer após a evacuação ou
então de forma mais constante - em todos os casos, é necessário procurar ajuda
de um especialista.
POR CAROLINA SERPEJANTE/ yahoo.minhavida.com.br
Postado por Sérgio Ramos/Repórter
e Blogueiro – 18/09/2013
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