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O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco vem a público lamentar mais um suicídio de Policial em nosso Estado, o terceiro em menos de três meses. Desta vez ocorrido na manhã desta terça-feira, 16/02, na Delegacia do Turista, localizada no Aeroporto Internacional do Recife, bairro da Imbiribeira, no Recife, onde o companheiro policial civil IVANILTON GOMES DE BRITO FILHO, de 36 anos de idade, tirou sua própria vida.
Esses casos extremos, que culminam em suicídios, externam de uma forma muito dura um problema que existe desde sempre, que acomete a categoria e que o Estado joga “pra debaixo do tapete”. A depressão e outros problemas psicológicos fazem parte do dia a dia da vida Policial, porém a própria Instituição não faz questão nenhuma de combater os principais sinais, nem orienta os chefes, gestores e os próprios colegas a identificarem que o servidor está precisando de ajuda. Pior, muitas vezes é a própria instituição a causadora dos transtornos, com assédios frequentes, cobranças por metas, remoções imotivadas e pouco caso com a necessidade pessoal de cada servidor. Infelizmente, já são dezenas de Policiais Civis afastados por problemas psicológicos em todo o Estado.
O SINPOL vem cobrando do Governo do Estado mudanças em procedimentos rotineiros na Polícia Civil, tais como remoções e permutas sem a anuência ou conhecimento do servidor, o fim da clandestinidade funcional qual o policial é submetido, bem como o batimento de metas por parte do policial civil. “É um absurdo que ainda não tenhamos um banco de permutas/remoções na PCPE. Também é um absurdo ter metas na Polícia Civil, principalmente porque os Policiais Civis não trabalham com quantidade de procedimentos e sim com qualidade. A investigação criminal não deve ocorrer de improviso e, não raramente, as cobranças por remessas de inquéritos policiais faz com que os procedimentos sejam enviados de todo jeito e que mais tarde retornarão à Polícia Judiciária por ausência de informações cruciais para elucidar crimes”, acrescenta Rafael. “Se o Policial não bate a meta, ele vai perder a chefia ou ser transferido para outra delegacia como forma de punição”, finalizou.
Os Policiais Civis vêm sofrendo pressão por cumprimento de metas, precisando trabalhar por 2 diante da imensa falta de efetivo, sem falar dos que fazem parte do grupo de risco da pandemia sendo pressionados por Delegados para retorno ao trabalho, somadas às péssimas condições das delegacias ofertadas pelo Governo do Estado.
O SINPOL-PE espera que o Estado de Pernambuco implemente uma política de saúde pública para os servidores da segurança de todo o estado, com a criação de unidades de saúde mental, do litoral ao sertão. Com a palavra o Governo do Estado.
Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco – SINPOL
Por Sérgio Ramos/ Radialista e Blogueiro-16/02/2021
1 Comentários
Estava no dia no Aeroporto. Sempre quis saber o que tinha acontecido. Só vi o carro do IML e policiais. Sem entender direito. Que pena. Eu as vezes me canso da vida também. Mas venho buscando me apegar nos meus filhos. Que são minha razão de viver.
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