Quase 2.000 caminhoneiros se mobilizam no WhatsApp por paralisação

Da Redação/Com otempo:
felizsramosdecarvalho@yahoo.com.br-

Quase 2.000 caminhoneiros estão em, no mínimo, 15 novos grupos do WhatsApp recém-criados para discutir uma possível paralisação da categoria na segunda-feira (22).

Eles estão contrariados com a resolução da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) que estipulou a nova tabela de preços mínimos do frete rodoviário, divulgada na quinta (18), com valores abaixo dos esperados.

A realização da paralisação não é consenso entre os participantes. Parte dos grupos é refratária à ideia por conta da dificuldade financeira que teriam com os dias sem trabalhar.

Os administradores dos novos grupos negam ser articuladores do movimento, ao mesmo tempo em que algumas lideranças que tomaram a dianteira durante a paralisação de 2018 não estão em nenhum deles.

O nome dos grupos segue sempre o mesmo formato, com o título formado por paralisação, a data de (22) e a abreviação do nome de um estado.

Apesar serem vinculados a um estado, a maior parte deles é formada por pessoas de regiões diferentes da indicada.

Eles trazem em suas descrições o mesmo texto: "Publicações fora do contexto das pautas dos caminhoneiros não serão aceitas. FOCO NA MISSÃO!"

Nesses grupos, há desde convocações para greve, com críticas ao presidente Jair Bolsonaro, por vezes chamado de traidor, até alguns vídeos cômicos e imagens eróticas.

Os caminhoneiros emitem suas opiniões também em áudio ou vídeos nos quais discursam enquanto são filmados pela câmera frontal de seu telefone.

Foram disparados avisos sobre o risco de uma ação de contra-inteligência estar sendo realizada dentro dos grupos, com membros do governo se passando por caminhoneiros.
Parte dos trabalhadores se diz intervencionista, defendendo um regime militar.

A rotatividade dos grupos é alta. São muitos os avisos de pessoas que entraram usando um link compartilhado por outra pessoa no WhatsApp e outros de pessoas que decidiram sair.

Também circulam ali convites para entrar em grupos do gênero, de estados diferentes.
A reportagem localizou queixas de caminhoneiros em relação à falta de liderança dos grupos, o que dificultaria a paralisação de segunda.

Há administradores em comum entre eles. Porém, quando contatados, eles disseram não ser líderes e se negaram a dizer se havia uma liderança que articulasse a criação dos grupos.

A reportagem foi expulsa de dois deles por um desses administradores após procurá-lo em particular pelo WhatsApp para pedir informações.

Outra administradora que trocou mensagens com a reportagem

Por Sérgio Ramos/Radialista e Blogueiro-20/07/2019

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