Justiça nega liminar que tentava proibir peça “Pornô Gospel”

A Justiça negou nesta sexta feira (ontem) a liminar do Conselho de Ministros Evangélicos do Paraná que tentava proibir a continuidade do espetáculo Porno Gospel em Curitiba.
Em despacho, o juiz Marcos Vinícius da Rocha Loures Demchuk afirma que “não há propósito pejorativo, de ataque, ou crítica desproporcional à comunidade cristã”.
Segundo o juiz, o espetáculo “faz sátira sobre as relações sociopolíticas da atualidade” e não tem crítica ao grupo religioso.
O despacho também descarta o argumento de que o título da peça seja ofensivo. O juiz da 24ª Vara Civel de Curitiba afirma que a junção da palavra gospel com a palavra pornografia já existia e que não pretende criticar nenhuma religião, mas trazer à tona a reflexão sobre os direitos humanos na sociedade capitalista.
Segundo a advogada do grupo de teatro, Fabianne Candeo, venceram a liberdade de expressão e livre manifestação.
Pornô Gospel é uma comédia dirigida por Mariana Zanette. A trama se passa durante uma eleição em que vários religiosos com atuação na mídia são candidatos. A peça tem classificação indicativa para maiores de 16 anos e segue em cartaz até o dia 5 de junho.
Hoje e amanhã, a apresentação começa às 9 horas da noite e no domingo às 7 horas da noite, no Miniauditório do Teatro Guaíra. Os ingressos custam 30 reais.
As principais críticas da comunidade evangélica são referentes ao nome, à imagem do cartaz e ao nome do partido político dos personagens.
Além da ação na Justiça movida pelo Conselho de Ministros Evangélicos, parlamentares da Câmara de Curitiba e Assembleia Legislativa se posicionaram contra a continuidade da peça. Tanto os vereadores, quantos os deputados, devem votar na semana que vem moções de repúdio, que na prática apenas registram a posição dos parlamentares, sem prejuízo para a continuidade da apresentação.
Fonte: Band News
Por Sérgio Ramos/Repórter e Blogueiro – 04/06/2016