(Divulgação / Real Doll)
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O britânico Ian
Pearson é consultor em tecnologia e especialista em previsões para o futuro.
Não, ele não trabalha com bolas de cristal nem baralho cigano. De acordo com
pesquisas de mercado e outros estudos, Pearson
detecta tendências com um “índice de 85% de acerto” nas contas dele. Dias atrás,
divulgou o relatório “The
Future of Sex: The Rise of the Robosexuals” (O
futuro do sexo: o surgimento dos robossexuais).
Parece
tão absurdo quanto se nos dissessem, em 1980, que um dia conversaríamos por um
telefone de bolso e sem fio olhando o rosto de quem está do outro lado. Então,
tchãram, temos aplicativos como Skype e Facetime no celular. Embora bonecas
hiper-realistas estejam à venda desde 2010, Pearson afirma que essas máquinas
projetadas para o prazer serão muito mais comuns, acessíveis, customizadas,
interativas e incrivelmente sofisticas. Temos até 2050 para nos acostumarmos
com a ideia.
Hoje há quem desembolse entre R$ 25 mil e R$ 150 mil
para adquirir um amante de borracha. Quer dizer, borracha não. Os manequins importados, principalmente
do Japão e dos Estados Unidos, são revestidos por um material siliconado cuja
textura imita a pele humana. Têm órgãos sexuais delicadamente esculpidos,
flexíveis e pentelhos perfeitos. Corpos que armazenam calor porque ninguém
merece gente “fria” na cama, né? O cliente encomenda a cor do cabelo, o tamanho
dos seios, a depilação íntima da boneca. Morena de média estatura, silhueta
violão, peitos arrebitados com mamilos rosados, boca Angelina Jolie, cílios
enormes e personalidade tímida? “Claro, senhor”.
Os modelos mais
luxuosos possuem orifícios com vibradores e sensores (xoxota com inteligência
artificial), movimentam a cabeça e “falam”. Um vídeo demonstração traz
uma boneca que “reage” quando estimulada nos seios: “Estou tão excitada”. É
sério. Existem FÓRUNS e COMUNIDADES com gente que ama fazer sexo com
humanoides. Eles postam fotos com suas “parceiras” vestidas e penteadas,
comentam sobre as experiências e trocam dicas de como garantir que cheguem
inteironas até o prazo de validade.
Os defensores da robofilia dizem que, pô, robôs podem ser programados
para nos dar orgasmos intensos, nunca estão aborrecidos nem dão desculpas, não
traem os parceiros, não transmitem doenças. Mais ainda: se não nos importamos em
comprar apenas um pinto que vibra, “uma parte amputada do todo”, qual o
problema de levar o resto do corpo pra casa? A série “Humans”, do
canal AMC, já discute como serão os relacionamentos quando robôs se tornarem
populares e que dilemas éticos devemos enfrentar. Será que a legislação
vai permitir, por exemplo, o casamento entre uma pessoa e uma máquina? Ou
será que pouquíssimos homens e mulheres, aqueles sem habilidades sociais para
uma paquera, vão se viciar em bonecos do tipo?
Olha,
pra enfeitar o quarto até que não é tão mal, não (Divulgação / Real Doll)
Eu já puxei a cordinha do busão Planeta
Terra: parem que eu quero descer! Transar com um robô pode parecer moderno e
coisa e tal, mas soa… no mínimo… mecânico demais. Entre as delícias do sexo
está a espontaneidade, a imprevisibilidade. O não-saber o próximo movimento do
outro, o cheiro do outro, a química (e não a engenhoca) do encontro. Robôs serão sempre robôs,
equipamentos que imitam o comportamento humano. Ou não? Voltamos a conversar em 2050.
Fonte: *Nathalia
Ziemkiewicz é jornalista, educadora sexual e idealizadora do blog Pimentaria. Quer apimentar o mundo com
informação e bom-humor.
Por Sérgio Ramos/Repórter e Blogueiro –
08/12/2015
E-mail: felizsramosdecarvalho@yahoo.com.br
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