Li, ontem, e reproduzo neste link, a decisão da governadora Raquel Lyra (PSD) de criar uma disciplina sobre a história de Pernambuco na rede estadual de ensino. Enfim, um dirigente teve tamanha sensibilidade! Digo isso porque acabo de lançar o livro ‘Os Leões do Norte’, pela editora ‘Eu Escrevo’, com 22 minibiografias de governadores de Pernambuco. Com isso, abri um clarão entre as novas gerações sobre a história de quem nos governou de 1930 até 2022, ou seja, de Carlos de Lima Cavalcanti e Paulo Câmara.
Raquel não está inclusa porque a obra trata de ex-governadores. Meu livro é resultado de uma ampla e profunda pesquisa e, ao longo das consultas, percebi como são escassos os conteúdos sobre a história desses personagens. A partir do contato direto com o público, também senti quanto há de desconhecimento sobre a história política e administrativa do Estado.
Pernambuco é um Estado que, historicamente, revelou gestores que se projetaram nacionalmente. Agamenon Magalhães foi ministro do Trabalho e da Justiça de Getúlio Vargas. Na pasta da Justiça, devolveu aos brasileiros o direito do voto direto para presidente e governadores.
Barbosa Lima Sobrinho, o jornalista mais longevo do País, que escreveu sua coluna no JB até a sua morte, aos 104 anos, governou Pernambuco e foi responsável pelo ingresso de Miguel Arraes na vida pública, nomeando-o secretário da Fazenda. Arraes, por sua vez, governou o Estado por três vezes, tendo sido cassado pelo golpe de 64.
Paulo Guerra, seu sucessor, governou o Estado num dos momentos mais difíceis da história brasileira. Sua grande marca ficou na saúde: a construção do Hospital da Restauração, uma das maiores emergências do Nordeste. Moura Cavalcanti, governador biônico, fez o TIP e o Centro de Convenções, mas a sua grande obra foi a formação de uma escola política.
Pelas suas mãos ingressaram na vida pública três ex-governadores: Joaquim Francisco, Gustavo Krause e Carlos Wilson. E um ex-ministro: José Jorge de Vasconcelos. Também se destacam na vida pública Luiz Otávio Cavalcante e Romero Jucá. Moura Cavalcanti andava com batedores e ninguém soube usar como ele a força do poder.
Foi no Governo de Nilo Coelho que Pernambuco cresceu invertido, do Sertão para o Litoral. Sua maior obra foi a pavimentação da estrada do Recife até Petrolina. Cid Sampaio entrou para a história como o governador de um ciclo de desenvolvimento econômico invejável no Estado, tendo como referência a planta da Coperbo, no Cabo.
Marco Maciel foi outro exemplo de gestor para o Estado: tirou o Estado do isolamento nas comunicações. Com a Telpe, levou a telefonia para todos os municípios, consolidou Suape e perenizou rios. Foi ministro e vice-presidente da República.
Enfim, Roberto Magalhães marcou sua passagem pelo poder estadual como gestor austero. Jarbas Vasconcelos fez a duplicação da BR-232 até São Caetano e Eduardo Campos construiu três hospitais, além de outras benfeitorias na saúde, como as Upas.
Isso é apenas uma pequena mostra de ‘Os Leões do Norte’. A partir de segunda-feira, por Serra Talhada, começo uma peregrinação pelo Sertão levando meu livro a tiracolo. Meu desejo é que possa chegar a todas as escolas e bibliotecas do Estado como manual de consulta aos jovens estudantes e todos os segmentos da sociedade.
Postado por Sérgio Ramos/Locutor e Blogueiro.
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