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Jair
Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência, durante visita ao BOPE
Foto: Twitter / Estadão Conteúdo
0 ministro Carlos
Horbach, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a remoção de seis
postagens no Facebook e no YouTube em que o candidato do PSL à Presidência da
República, Jair Bolsonaro, faz críticas ao livro "Aparelho Sexual e
Cia." e afirma que a obra integraria material a ser distribuído a escolas
públicas na época em que Fernando Haddad (PT) comandava o Ministério da
Educação.
No vídeo, Bolsonaro
afirma que o livro é "uma coletânea de absurdos que estimula precocemente
as crianças a se interessarem pelo sexo". "No meu entender, isso é
uma porta aberta para a pedofilia", diz o candidato do PSL, que ainda
afirma que "esse é o livro do PT".
Em nota, o
Ministério da Educação (MEC) já afirmou em diversas oportunidades que não
produziu nem adquiriu ou distribuiu "Aparelho Sexual e Cia.",
esclarecendo que o livro é uma publicação da editora Companhia das Letras
publicada em 10 idiomas.
"É igualmente
notório o fato de que o projeto 'Escola sem Homofobia' não chegou a ser
executado pelo Ministério da Educação, do que se conclui que não ensejou, de
fato, a distribuição do material didático a ele relacionado. Assim, a difusão
da informação equivocada de que o livro em questão teria sido distribuído pelo
MEC gera desinformação no período eleitoral, com prejuízo ao debate político, o
que recomenda a remoção dos conteúdos com tal teor", concluiu Horbach.
Os advogados do PT
afirmam que, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, no dia 28 de
agosto, Bolsonaro mentiu e difundiu a falsa ideia de que o livro seria
distribuído em escolas públicas.
"O candidato
vem proferindo esta grave mentira há mais de dois anos. A informação de que o
livro seria distribuído em escolas públicas começou a ser difundida por
Bolsonaro no dia 10 de janeiro de 2016 através de um vídeo que publicou no
Facebook", observa a coligação de Haddad.
Em outra
representação, o ministro negou um pedido do PT para remover uma entrevista de
Bolsonaro concedida ao programa "Pânico", na qual o deputado federal
faz referência ao material didático do projeto "Escola sem homofobia"
como sendo o "kit gay", atribuindo a responsabilidade pela sua
elaboração a Fernando Haddad.
"É possível
concluir que os representantes buscam impedir que o candidato representado
chame o material didático do projeto 'Escola sem Homofobia' de 'kit gay'. Tal
pretensão, caso acatada pelo Poder Judiciário, materializaria verdadeira
censura contra o candidato representado, que estaria impedido de verbalizar, de
acordo com suas concepções, críticas à gestão do concorrente à frente do
Ministério da Educação", observou Horbach.
Por Sérgio Ramos/Radialista e Blogueiro -16/10/2018