Do Correio do Agreste, com informações
do G1/PE (Pedro Alves) e da Folha de Pernambuco
E-Mail:felizsramosdecarvalho@yahoo.com.br-
Marcelo Arruda trabalhou em várias escolas da
rede estadual de ensino em Surubim (Foto: Reprodução/ Facebook)
O auxiliar administrativo Marcelo José de Arruda, de 60 anos, assassinado
com dois golpes de faca no pescoço, dentro da Escola Delmiro Gouveia, no bairro
do Pina, zona Sul do Recife, será sepultado na tarde deste sábado (22), no
Cemitério São José, em Surubim. O velório está previsto para ter início
durante a manhã do mesmo dia, tão logo o corpo seja liberado do Instituto de
Medicina Legal (IML), em Recife.
Marcelo trabalhou em várias escolas da rede estadual de ensino em
Surubim e era filho do casal Mazinha e Zé Porfírio (já falecidos) que por
muitos anos foram proprietários de uma funerária na Rua 15 de Novembro, no
Centro da cidade. O féretro será velado na Casa Mortuária São José, de Zé
Bezerra, de onde sairá às 17h para o sepultamento. Antes de morar em Recife,
ele residia na Rua Mário Estanislau, no bairro São Sebastião. Marcelo era
solteiro e não tinha filhos. Os parentes mais próximos são dois irmãos.
Crime
O auxiliar administrativo foi assassinado nesta sexta-feira (21),
no início da tarde. A Polícia Militar enviou uma equipe para o local, após
receber o chamado para o caso por volta das 13h.
No momento do assassinato, a escola já havia encerrado o
expediente de aulas, segundo as polícias Militar e Civil. Peritos do Instituto
de Criminalística recolheram objetos que podem ajudar nas investigações do
crime, como o celular da vítima, que não foi levado pelos autores do crime. O
corpo foi recolhido do local por volta das 15h40.
Segundo o delegado Elder Tavares, do Departamento de Homicídios e
Proteção à Pessoa (DHPP), o crime ocorreu dentro de uma das salas da diretoria
escolar e o corpo foi encontrado por uma funcionária da escola. Ele acredita
que ainda é cedo para apontar uma linha de investigação.
“Funcionários disseram que dois elementos chegaram dizendo que iam
resolver assuntos de documentação. Lá dentro, disseram que seria sobre
transferência escolar, mas logo anunciaram um assalto e desferiram duas facadas
contra a vítima. Eles chegaram a pé e fugiram correndo, mas não levaram nada”,
disse o delegado.
Uma moradora da área, que não quis se identificar, afirmou que a
vítima era natural de Surubim e era uma pessoa tranquila e conhecida na região
da escola.
“Todo mundo está aterrorizado. Foi uma surpresa, porque ele é
extremamente tranquilo. Ninguém sabe o motivo do assassinato, só sabem que dois
rapazes invadiram a escola e deram facadas nele”, contou a mulher.
De acordo com
o comandante do 19º Batalhão da PM, tenente-coronel Paulo Matos, a escola
possui câmeras de segurança que poderiam auxiliar nas investigações, mas, por
falta de manutenção, os equipamentos não funcionam. Imagens de edifícios
próximos à escola vão ser reunidas para subsidiar as buscas pelos criminosos.
“Funcionários disseram que ele morava em Surubim porque cuidava da
mãe, que faleceu e, por isso, ele teria vindo para o Recife. Também há rumores
de que ele tinha dívidas com agiotas em Surubim e podia ter vindo por causa de
dívidas”, disse o comandante. Marcelo trabalhava há seis meses na Escola
Delmiro Gouveia. Não se tem informações sobre ameaças.
De acordo com a polícia, os suspeitos do crime são dois jovens,
que teriam informado ao porteiro da escola que gostariam de falar com a
secretaria sobre uma possível transferência. O porteiro os conduziu até o
atendimento e voltou para o posto dele. Em seguida, a mulher
responsável pela limpeza da escola chegou à portaria correndo desesperada,
informando sobre o homicídio.
A mulher, que presenciou o assassinato, foi levada para a
delegacia para prestar depoimento na Delegacia de Boa Viagem. O porteiro deu
detalhes para a confecção do retrato falado dos suspeitos.
Em nota, a Secretaria de Educação do Estado afirmou que “lamenta o
ocorrido na escola e vai acompanhar o andamento das investigações”. A pasta
também informou que a Escola Delmiro Gouveia atende 149 estudantes dos anos
finais do ensino fundamental, do 6º ao 9º ano.
Investigação
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que foi instaurado um
inquérito para descobrir a autoria e a motivação desse homicídio. “A escola
estava funcionando apenas para serviços administrativos, pois as aulas
acontecem pela manhã. Segundo levantamento inicial, dois homens informaram na portaria
que gostariam de solicitar uma documentação para transferência, sendo
encaminhados ao setor da vítima. Ao encontrarem o funcionário, iniciaram as
agressões que culminaram na morte de forma brutal. Os suspeitos fugiram em
seguida”, relatou no texto.
Ainda no documento, a corporação afirmou que as buscas pelos
autores do crime foram iniciadas por equipes do Grupamento Tático de Apoio
Itinerante (Gati) e do 19º Batalhão da Polícia Militar e disse que “trabalha
com todas as linhas de investigação e não cessará até alcançar os autores”. O
delegado Elder Bezerra, da Força-Tarefa da Capital, investiga o caso.
Por Sérgio Ramos/Radialista e Blogueiro – 22/09/2018