Do Jornal de Caruaru.
(Foto: Reprodução/Divulgação) |
De acordo com o jornalista Henrique Barbosa, o empresário Rivaldo Soares é pior que o danado do ” vento
encanado “. Faz mal de todos os lados. E, numa entrevista concedida em uma
coletiva concedida ontem em Caruaru informou haver protocolado requerimento para que a Força Tarefa da Lava
Jato investigasse na capital do Agreste o festival de doações de empresas aos
principais políticos de lá. Não poupou ninguém.
Vamos acompanhar as denúncias abaixo:
Na manhã dessa sexta-feira,
01(ontem), em Caruaru, o empresário Rivaldo Soares apresentou os nomes dos
políticos da cidade que teriam recebido doações de campanha com recursos
oriundos de empresas envolvidas na operação Lava Jato. O empresário apresentou
documentos que comprovam que o deputado Wolney Queiroz, a deputada Raquel Lyra
e a ex-deputada Laura Gomes receberam recursos de origem “duvidosa”, segundo o
empresário.
Ao detalhar os volumes de recursos recebidos por Wolney, quase R$
200 mil da executiva estadual do PDT e mais R$ 50 mil da executiva nacional da
legenda, Soares mostrou que o partido de Wolney foi um dos mais beneficiados
pelas empreiteiras da Lava Jato e pelo grupo JBS, dono da marca Friboi. Foram
mais de R$ 9,8 mi. Esses recursos foram repassados aos comitês eleitorais do
PDT na campanha de 2014 e distribuídos com os candidatos mais expressivos da
legenda.
Rivaldo Soares ainda chamou a atenção para uma doação de R$ 50 mil
recebida pela campanha de Wolney, de origem da empresa Horto Florestal. Essa
empresa pertence ao empresário Luiz Fernando Pessoa que teria sido preso por
corrupção ativa e responde a processo por fraude em licitação. O empresário
baiano, esteve no gabinete do prefeito de Caruaru, José Queiroz, pai do
deputado Wolney Queiroz no lançamento de uma grande obra do programa federal
Minha Casa Minha Vida, que está construindo cerca de 3.900 casas no município.
Segundo Rivaldo, o empresário visitou o prefeito em agosto de 2014. Após o
encontro, Wolney teria recebido a doação.
Outro fato narrado por Soares na manhã de hoje, foi a surpresa de
descobrir que Wolney teria recebido R$ 100 mil em doação de uma empresa do Rio
Grande do Norte denominada Md Rn Mrv Novas Fronteiras Construções Ltda. Ao
buscar saber a quem pertencia a referida empresa, descobriu que se tratava de
uma empresa do grupo Moura Dubeux, que tem matriz no Recife. A Moura Dubeux
acaba de ser incluída na operação Lava Jato, com incursões da polícia federal,
hoje, na sede da empresa e na residência dois de seus sócios.
Para Rivaldo o que chamou a atenção nessa doação, é que a empresa
chegou a Caruaru para iniciar sua primeira obra exatamente em 2014, para
construir duas torres no bairro Indianópolis. Havia a informação na cidade de
que o prefeito dificultou o início da obra das duas torres, mas que depois a
obra havia sido destravada e a doação ao filho do prefeito também foi feita sem
entraves por parte da construtora.
Laura Gomes
A ex-deputada Laura Gomes, PSB,
também teria recebido um valor vultoso da Galvão Engenharia que já foi
condenada pelo juiz Sérgio Moro por participação no esquema de propinas com
recursos da Petrobrás. A Galvão Engenharia doou R$ 500 mil à então deputada
Laura Gomes, esposa do vice-prefeito e ex-vice- governador de Pernambuco, Jorge
Gomes. A doação foi feita em uma única parcela, mostrando que Laura recebeu a
maior doação de uma empresa, entre os políticos de Caruaru. O que chamou a
atenção de Soares foi o fato de as demais doações da campanha da ex-deputada
serem de valores bem mais tímidos e de parentes e amigos de Laura e Jorge Gomes.
Raquel Lyra
No caso da deputada também do
PSB, à época, e filha do ex-governador João Lyra Neto, é ainda mais gritante.
Segundo Rivaldo Soares, ela havia recebido R$ 280 mil da Brasken S/A, empresa
que tem a construtora Odebrecht como sócia da Petrobrás e que produz polímeros
para a produção de PVC. O empresário questionou que ligação Raquel Lyra teria
com uma empresa de um ramo de atividade tão inusitado e porquê uma empresa
gigantesca de porte mundial, teria a ganhar de uma deputada estadual.
A deputada teria recebido ainda recursos da ordem de R$ 100 mil,
de uma siderúrgica do estado do Maranhão chamada Companhia Siderúrgica Vale do
Pindaré. Ao buscar saber o porquê de uma siderúrgica do Maranhão doar para a
deputada caruaruense, Rivaldo descobriu que a siderúrgica pertence a Queiroz
Galvão, mais uma construtora condenada na operação Lava Jato. Por último,
Raquel Lyra também recebeu R$ 150 mil de um banco condenado no caso do
Mensalão. Trata-se do banco mineiro BMG, intrigando mais ainda a curiosidade do
denunciante, que se pergunta como esses políticos passaram a ter uma influência
tão forte junto aos grandes doadores da campanha de 2014.
Tony Gel
No caso do deputado Tony Gel,
do PMDB, Soares afirmou que as empresas doadoras do deputado que hoje é
vice-líder do governo Paulo Câmara, do PSB, não constam, ainda, como
denunciadas na operação Lava Jato. Mas o que chamou a atenção do denunciante
foi o fato de a Platinum Trading S/A ser uma grande doadora de campanha e que
doou R$ 3.120.000,00 e a maioria a deputados de Pernambuco ligados ao
ex-governador Eduardo Campos. Tony Gel teria sido o segundo deputado em volume
de recursos oriundos dessa empresa. R$ 250 mil. Sendo ele um deputado estadual,
teria recebido um pouco menos do que o então candidato a senador pelo PSB,
Fernando Bezerra Coelho, que foi denunciado por delatores na operação.
Lava Jato.
Rivaldo Soares afirmou na
coletiva que deu entrada, no último dia 27 de junho, em um requerimento junto à
Força Tarefa da Operação Lava Jato, para que esses fatos e a origem desses
recursos sejam investigados pelo Ministério Público Federal, a fim de
esclarecer o porquê de haver um crescimento no recebimento de doações para os
deputados de Caruaru ligados aos ex-governadores Eduardo Campos e João Lyra
Neto. Aliás, Soares chama a atenção para o fato de que Eduardo Campos falecera
em agosto de 2014, mas teria deixado tudo esquematizado para que as doações
chegassem aos seus candidatos. A maioria das doações foram recebidas pelos
políticos em questão, entre os meses de setembro e início de outubro, período
em que o também caruaruense João Lyra Neto era governador de Pernambuco.
Fonte da notícia: http://migre.me/ug4cQ
Por
Sérgio Ramos/Repórter e Blogueiro – 02/07/2016