Conselho formado por ministros evangélicos entra na Justiça contra peça “Porno Gospel”

Da ADIBERJ.
O Conselho de Ministros Evangélicos do Paraná (Comep) ajuizou na tarde desta quinta-feira (2) uma Ação Civil Pública por ofensa a dignidade religiosa contra os representantes da Peça Teatral Porno Gospel, em cartaz no mini auditório do Teatro Guaíra, em Curitiba. A ação é baseada na Lei 7.347, que prevê punição a ofensa a dignidade da honra de grupos religiosos e pede a suspensão da apresentação da peça teatral para que cesse a ofensa aos grupos religiosos cristãos da cidade. O tema causou revolta e protestos nas redes sociais e mobilização por meio de abaixo-assinados por parte de cristãos que se sentiram ofendidos com o título da peça.
Para o advogado do Comep, Pedro Farah, o Brasil é um Estado Laico, mas o direito à liberdade religiosa é uma garantia fundamental prevista pela Constituição. “A liberdade de expressão nesta peça foi extrapolada e fere a liberdade religiosa de um grupo”, disse Farah. A ação foi ajuizada na 24ª Vara Cívil de Curitiba.

A polêmica começou quando o Pastor André Belarmino, da Igreja com Propósitos de Curitiba foi assistir um stand up no teatro Guaíra na semana passada e se sentiu ofendido com a publicidade da peça que em sua sinopse fala sobre o partido Holly Hola Cristy. “Como cristão, me senti ferido ao ver um dos símbolos do cristianismo, o peixe, de cabeça para baixo e o termo gospel relacionado com pornografia”, disse Belarmino. Assim como ele, outras mil pessoas assinaram um abaixo-assinado endereçado ao Ministério Público do Paraná solicitando a retirada da Peça de cartaz.
Ainda esta semana a bancada Evangélica da Câmara de Vereadores de Curitiba fez uma Moção de Repúdio a Peça. Os deputados estaduais evangélicos também fizeram a mesma moção. Na Assembleia Legislativa, o líder do governo pediu para que a Moção seja votada na segunda-feira, para pedido de explicações a Secretaria Estadual de Cultura. Já na Câmara, a Moção não foi votada por falta de tempo e também deverá entrar em pauta na segunda-feira.
Para o diretor do Comep, pastor Thiago Ferro, a associação do termo Gospel, que se refere as boas novas do Evangelho, com pornografia ofende a honra daqueles que professam sua fé ao evangelho. “A peça ultrapassa o limite da liberdade de expressão e vai para libertinagem. É agressiva em alguns termos que são santos para nós cristãos. E traz uma divisão desnecessária neste momento político tão delicado que vive o país. No momento em que a comunidade cristã brasileira tem trabalhado pelo fortalecimento da nossa nação, gostaríamos que os artistas e humoristas desta peça também fizessem o mesmo ao invés de desagregar como eles tem feito com esta peça teatral”, disse Thiago Ferro.
Por Sérgio Ramos/Repórter e Blogueiro – 04/06/2016