Deputado emitiu "voto
de repúdio" e disse que “não dá para aceitar um policial rebolando na rua”
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"Deputado criticou alteração do edital da PM, que permite
transgêneros e travestis de participar do concurso da PM
Foto: Roberto Soares".
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No Dia
Internacional de Combate à Homofobia, o deputado estadual Joel da Harpa (PTN)
subiu à tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta
terça-feira (17), para refutar a decisão da Secretaria de Defesa Social (SDS),
que secomprometeu a fazer
alterações na publicação do edital do concurso da Polícia Militar e permitir que travestis, transexuais
e homens trans participem da seleção. O deputado, que foi eleito na esteira da
greve da PM em 2014, é conhecido por seus posicionamentos contrários aos
direitos do público LGTB.
Joel
costuma trovejar frases consideradas homofóbicas e polariza com os movimentos
em defesa do segmento. Para defender o ponto de vista, o deputado, que é
policial militar, expressou “voto de repúdio” à alteração e disse que “não dá
para aceitar um policial rebolando na rua”.
O Ministério Público de
Pernambuco realizou audiência, nessa segunda-feira (16), e
definiu que travestis e transgêneros não serão excluídos da seleção, que conta
com mais de 121 mil inscritos.
As
alterações no edital devem ser publicadas em até 15 dias úteis, conforme
prometido durante a reunião. Nas avaliações físicas (uma das etapas do
concurso), por exemplo, as regras serão as mesmas adotadas pelo Comitê Olímpico
Internacional – respeitando as características biológicas dos travestis,
transexuais e homens trans.
O
deputado considerou a decisão como “exagero” e disse que para ser policial é
preciso ter um “perfil” (não detalhando qual seria esse modelo).
“Qualquer
polícia do mundo vai entender que um travesti ao entrar na polícia ele vai
ficar numa situação difícil, pois infelizmente o edital foi mudado ontem,
liberando a entrada de transexuais e travestis na PM-PE. Então, eu acho que
isso é exagero, até porque para ser policial antes de tudo precisa ter um
perfil e, ao meu ver, com todo respeito aos travestis e transexuais, não dá pra
aceitar um policial rebolando na rua. Eu venho aqui colocar a minha indignação
pelo edital ter sido mudado”, defendeu o deputado.
Em
resposta, o líder do Governo, Waldemar Borges (PSB), afirmou estar
impressionado com a “perturbação” gerada pela questão e preocupado com o risco
de “atropelar avanços consagrados na civilização humana e nas leis”. “O edital
deve estar de acordo com o que determina a Constituição Federal de 1988, que
estabelece que ninguém pode ser discriminado em função da orientação sexual”,
avaliou.
Fonte: Jconline .ne 10.uol.com.br
Por Sérgio
Ramos/Repórter e Blogueiro – 18/05/2016
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