Do G1-PE
Presidente do Instituto de Previdência Social de Orobó, de 25 anos, é preso por crimes como corrupção e peculato — Foto: Polícia Civil/Divulgação |
O ex-presidente do Instituto de Previdência Social
de Orobó (Ipreo), Gustavo José da Silva, de 25 anos, foi
preso temporariamente nesta quarta (7) por desviar o dinheiro que seria
destinado às aposentadorias de servidores públicos. O prejuízo com a fraude
pode chegar a R$ 2,6 milhões, segundo os investigadores.
A esposa do
presidente do Irpeo, de 24 anos, e outras quatro pessoas, que têm entre 22 e 26
anos, também recebiam a verba ilícita, segundo a Polícia Civil e o Ministério
Público de Pernambuco constataram durante a Operação Anticorrupção, deflagrada nesta quarta (7).
Segundo o MPPE, Gustavo José pediu exoneração do cargo há cerca de 20 dias.
A investigação teve
início quando funcionários públicos informaram ao Ministério Público sobre a
falta de resposta de pedidos de aposentadoria. “Estavam sendo incluídas pessoas
jovens, que não são funcionárias públicas e sequer têm idade para se
aposentar”, afirma o promotor de Justiça de Orobó, Rodrigo Altobello, durante
uma entrevista coletiva no Recife, após a prisão dos envolvidos.
A prática, segundo o promotor, era feita há pelo menos
três anos. “A princípio, o presidente do Ipreo agia em benefício próprio, acrescentando
dígitos que aumentavam o salário dele em R$ 10 mil ou R$ 20 mil, e depois, ao
notar que não havia punição, passou a beneficiar a esposa e outras quatro
pessoas, amigas deles”, alega o promotor.
Polícia
e Ministério público calculam que a fraude pode ter gerado um prejuízo de, a
princípio, R$ 2,6 milhões aos cofres públicos. “Com isso, as pessoas que
estavam na idade para fazer o pedido de aposentadoria acabavam não recebendo o
benefício. Isso acabou prejudicando os servidores como um todo", alega o
promotor.
O ex-presidente do
Ipreo pediu exoneração do cargo há cerca de 20 dias. “Tão logo ele recebeu um
ofício do Ministério Público no bojo inquérito civil, ele pediu exoneração. E a
partir daí que a gente começou a correr atrás e viu que tinha que ser com
urgência”, afirma Altobello.
Os mandados de
prisão foram cumpridos em Orobó, no Agreste, e em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata. “Apreendemos
celulares, joias, documentos, computadores e tudo que possa nos ajudar a
aprofundar essa investigação”, diz o delegado José Rivelino, diretor de polícia
do interior.
As seis pessoas
detidas durante a operação foram presas pelos crimes de associação criminosa,
corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Se somadas, as penas podem chegar a
cerca de 30 anos de reclusão para cada um dos envolvidos.
Segundo o promotor
de Justiça, as investigações devem continuar. “A partir de agora, a gente vai
ver se são apenas esses [seis beneficiados] essencialmente ou se existem mais
envolvidos. Já temos certeza dos R$ 2,6 milhões, mas não sabemos se esse buraco
pode ser um pouco maior”, pontua.
O G1 tentou, mas não
conseguiu localizar a defesa dos suspeitos presos.
Por Sérgio
Ramos/Radialista e Blogueiro – 07/11/2018