Blog: Nossa Terra Surubim.
(Fotos: Minha Rua Tem Memória) |
Surubim nas últimas décadas tem
vivenciado a desconstrução de sua história através de um processo constante de
extinção de seus registros arquitetônicos. Desta forma, hoje lamentamos
a perda de um dos maiores registros histórico do município: a famosa usina de
algodão.
O processo de construção de nossa
história, sempre levou em conta a importância da contribuição da usina de
algodão dos Farias para a economia local e regional, e assim, diante
da notícia de que teve início hoje o processo de demolição deste prédio
histórico fico a me questionar: como compreender o nosso processo
histórico sem este registro? Como referenciar este marco de nossa história para
as gerações futuras? Como explicar que nossa geração permitiu o sepultamento de
um registro relevante de nosso processo de crescimento cultural, econômico e
histórico?
Diversos são os questionamentos, ao
mesmo tempo em que rememoramos outras importantes ações que acabaram por
sepultar resquícios de nossa história cultural. Assim ao que nos
parece, nosso povo faz pouco caso da memória histórica do município e deste
modo, vamos aos poucos, nos tornando um povo sem identidade cultural.
Há décadas atrás perdemos o Hotel
Municipal, que foi repassado para a iniciativa privada e hoje integra o
patrimônio do Grupo Cristal. Em tempos não muito remotos, perdemos parte da
arquitetura da Rua 15 de Novembro, no processo de construção da Galeria Surubim
Center. Agora chegou a vez da nossa conhecidíssima “Usina dos Farias”.
Com a usina tomba a fachada mais
emblemática do município, e assim, dia após dia vamos assistindo a demolição de
nossa cultura, e assim parafraseando o cronista Luiz Carlos Mota, a
lógica dos ignorantes de Surubim é: se morassem na Bahia, derrubariam o
Pelorinho pra colocar um Shopping Popular no local; se morassem em São Paulo,
loteariam o Parque do Ibirapuera; se morassem em Ouro Preto, substituiriam os
casarões por salões comerciais”.
Infelizmente não temos uma população
atuante, nossas revoltas limitam-se a frases chulas em redes sociais. Quiça
nossa juventude tivesse a coragem de se mobilizar, defender nossas raízes
históricas e fazer com que esse importante cartão postal do
município não seja suplantando, como tem ocorrido quase que diariamente com
vários prédios antigos do nosso município, que estão desaparecendo
gradativamente.
Por Sérgio Ramos/Radialista e
Blogueiro – 26/07-2017
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