Blog do Magno Martins.
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(Foto; Divulgação/Reprodução) |
Um dia depois de manifestantes tomarem as ruas do País para
defender as investigações da Operação Lava Jato, a presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen
Lúcia, disse, hoje, esperar que a sociedade brasileira não deixe de acreditar
no funcionamento das instituições.
Ao falar na abertura do 10º Encontro Nacional do Poder
Judiciário, Cármen Lúcia destacou que o papel da Justiça é exatamente
"pacificar", alertou para uma "intolerância" com a falta de
eficiência do Poder Público e ressaltou que os juízes têm "deveres
comuns" com a sociedade brasileira num momento de "extrema
dificuldade".
"Nenhum servidor público de qualquer um dos Poderes existe
se não pra cumprir uma finalidade constitucionalmente fixada para atender ao
interesse público. Como não há paz sem justiça, o que se busca é exatamente que
atuemos no sentido de uma pacificação num momento particularmente grave, porque
aqui, como em outros lugares, nós somos servidores públicos diretamente responsáveis
por resolver conflitos que estejam nos processos", disse Cármen Lúcia.
Ao citar a filósofa alemã Hannah Arendt (1906-1975), Cármen
destacou que toda sociedade tem um momento em que se vê numa
"encruzilhada". "Ou a sociedade acredita numa ideia de Justiça
que vai ser atendida por uma estrutura estatal e partimos para um marco
civilizatório específico. Ou a sociedade deixa de acreditar nas instituições e
por isso mesmo opta pela vingança. Nós não esperamos que a sociedade em algum
momento precise desacreditar (nas instituições), a tal ponto que resolva fazer
justiça pelas próprias mãos, que é nada mais é que exercer a vingança, que é a
negativa da civilização", frisou a ministra.
Intolerância
A presidente do STF e do CNJ também ressaltou que o Poder Judiciário
tem "deveres comuns com a sociedade brasileira num momento de extrema
dificuldade". "Há uma enorme intolerância com a falta de eficiência
do Poder Público que nos leva a pensar como é que temos de agir para que a
sociedade não desacredite no Estado, uma vez que o Estado democrático previsto
constitucionalmente parece ser até aqui a nossa única opção. Ou é a democracia
ou a guerra. E o papel da Justiça é exatamente pacificar", concluiu
Cármen.
Por Sérgio Ramos/Radialista e Blogueiro –
05/12/2016
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