Direção do SBT corta primeiro beijo gay entre homens numa novela

O sentimento é de frustação. Para o autor da novela "Amor e Revolução" - do SBT - Tiago Santiago, e para a comunidade gay. A cena do beijo gay entre os personagens Jeová (Lui Mendes) e Chico (Carlos Artur Thiré) foi gravada e esperava somente a exibição, mas a censura da direção da emissora chegou antes.

A justificativa se baseia em pesquisas que, segundo a cúpula, indicavam a insatisfação dos telespectadores com cenas de violência e beijo gay. 

Primeira novela da TV aberta a exibir um beijo gay pra valer, protagonizado pela atrizes Luciana Vedramini e Gisele Tigre, "Amor e Revolução" atingiu 5 pontos na audiência com a façanha, cerca de 58 mil telespectadores por ponto, na grande São Paulo. Quem também ficou frustado foi o ator Lui Mendes. É a segunda vez que ele enfrenta a censura de um beijo gay do seu personagem. A primeira foi na novela "A Próxima Vítima", da Globo, exibida em 1995, na qual era Jefferson e formou par com o ator André Gonçalves, o Sandrinho. Ao censurar aquele que seria o primeiro beijo gay entre homens numa novela, o SBT foi muito além de atender a uma mera pesquisa de opinião. O integrante da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, Leandro Rodrigues, lembrou bem que a proibição da exibição do beijo vetou a cena que seria um marco contra o preconceito: beijo gay entre um negro e um branco. Em entrevista para a "Folha Online", Rodrigues explicou: "Mais que um beijo gay, seria um beijo entre um branco e um negro, uma dupla forma de questionar o preconceito".

da Redação do Toda Forma de Amor

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